Mais do que uma data no calendário, o Dia do Escritor, celebrado em 25 de julho, é uma homenagem a quem transforma a vida com palavras. São pessoas que fazem da escrita um grito de liberdade, uma forma de manter vivas suas raízes e uma ponte de empatia com o outro. Nesta data especial, o Portal A Teia reuniu histórias de três autores que, com trajetórias distintas, têm em comum a coragem de escrever o mundo com sensibilidade, crítica e beleza.
Dani Luz

“Vejo a escrita como meu grito de liberdade para tudo. É onde eu me
conecto comigo mesma e com o que realmente acredito”.
Dani Luz, nome artístico de Daniela Luz, encontrou na escrita sua casa desde muito cedo. Aos 11 anos, já preenchia cadernos com poesias — sementes que hoje florescem em romances e poemas publicados. Advogada por formação, Dani é autora de quatro livros físicos: As Cerejeiras do Japão, O Pouso do Andarilho, O Dedo de Deus e A Reencarnação.
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Sua escrita se ancora em temas como o amor, o altruísmo e a superação. Ela acredita que histórias têm o poder de curar — e se dedica a narrativas onde os personagens crescem e se transformam por meio do afeto.
Além das obras físicas, Dani também publica em plataformas digitais, com títulos como Inimiga de Infância, Cinderela Apaixonada, Amor em Tempos de Guerra, Senhor de Mim e Céu de Esperas.
Sua produção é movida por um chamado interior, que respeita os silêncios e os tempos da alma:
“As estórias têm esse poder de despertar, inspirar e curar. Escrever é me reencontrar e ao mesmo tempo permitir que outras pessoas também se reencontrem. Muitas vezes escrevo à noite, no silêncio, quando a alma fala mais alto. O tempo criativo pode até não obedecer relógios, mas quando ele chama eu escuto. E sempre dou um jeito de responder a esse chamado. Eu amo escrever”.
Josevan Dutra

“É oportuno refletir sobre o poder da palavra escrita, como ela pode transformar vidas, transmitir conhecimento e emocionar”.
Josevan Dutra é um escritor que habita as margens entre o real e o fantástico. Graduado em Filosofia, mestre em Geografia e com alma de cronista, publicou em 2024 o romance Plácido Encantado, pela editora Empresa Gráfica da Bahia (EGBA).
A obra mergulha em elementos do folclore brasileiro, das crenças populares, das festas e das cantigas, resgatando uma oralidade encantada que habita os rincões da memória coletiva.
Além do romance, Josevan escreve contos, poesias, crônicas e textos acadêmicos, sempre com uma sensibilidade que transforma o cotidiano em narrativa.
Para ele, escrever é mais que um gesto de criação: é uma forma de organizar o mundo e suavizar a própria existência.
“Além de compreender a importância e a necessidade de incentivo à leitura, o Dia do Escritor é um momento de celebrar, mas também de refletir sobre o poder da palavra escrita”, afirma.
Rosane Jovelino

“Que minhas obras sejam reconhecidas como caminhos abertos para que outras mulheres negras, quilombolas e periféricas se enxerguem, se reconheçam e saibam que suas histórias também importam”.
Com voz firme e delicadeza ancestral, Rosane Viana Jovelino escreve como quem borda memórias com tinta e tempo. Autora do livro Patuá, lançado em 2019, ela constrói sua obra a partir de temas como resistência, ancestralidade, cotidiano quilombola, natureza e espiritualidade.
Formada em administração financeira e especialista em gestão estratégica pública, Rosane é também coautora do Almanaque Pedagógico Quilombola e da coletânea Aqualtune: Um Sonho Chamado Liberdade, organizada por Sara Messias. Participa ainda do coletivo poético O Livro Negro dos Sentidos, que reúne vozes negras femininas em poesias eróticas — corpo e palavra em fusão.
A autora cresceu rodeada por livros e lutas, influenciada pelos pais ativistas. Para ela, escrever é um gesto político de sobrevivência:
“Escrevo porque acredito que nossas histórias precisam ser contadas por nós mesmas, com nossa linguagem, nosso tempo e nossas referências. Escrever, para mim, é mais que palavra: é um ato político de sobrevivência e afirmação”, conclui.