Problemas como infiltrações, fissuras, umidade e deterioração de materiais não são apenas estéticos. Esses sinais de desgaste, conhecidos como patologias nas construções, podem indicar falhas estruturais graves que colocam em risco a segurança de moradores e usuários.
Segundo o Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (Ibape/SP), entre 80% e 90% dos edifícios apresentam falhas operacionais, de conservação ou de segurança. Um dado ainda mais alarmante: 66% dos acidentes estruturais são causados pela ausência de manutenção preventiva, de acordo com especialistas que participaram do Congresso Brasileiro de Engenharia de Avaliações e Perícias em 2024.
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Apesar disso, 57% dos condomínios ainda não realizam inspeções periódicas. O Código Civil (art. 1.348, inciso V) é claro: cabe ao condomínio manter a edificação em boas condições e garantir sua conservação. Em Salvador, a Lei Municipal nº 5.907/2001 e o Decreto nº 13.251/2001 obrigam os condomínios a realizarem inspeções técnicas periódicas. A arquiteta Alice Bastos, que há 10 anos atua na SVA Bastos, empresa que desenvolve projetos estruturais e de combate à incêndios em prédios residenciais e comerciais, reforça.

“A falta de ação imediata pode gerar prejuízos financeiros e riscos à segurança. Fachadas, coberturas e outras áreas comuns são de responsabilidade do condomínio, que deve reservar verba para reparos e organizar vistorias regulares. A manutenção preventiva é tão essencial quanto a construção inicial”, afirma.
O que fazer diante de sinais de comprometimento estrutural
Ao identificar infiltrações, rachaduras, trincas, desgaste de materiais ou qualquer outro indício de deterioração estrutural, o primeiro passo é contratar profissionais habilitados — como engenheiros civis ou arquitetos — para elaborar um laudo técnico detalhado. Com esse documento em mãos, o condomínio deve acionar a Defesa Civil de Salvador (Codesal), que fará a vistoria oficial e indicará as medidas necessárias.
A partir daí, é fundamental seguir as recomendações técnicas e planejar as intervenções com urgência, priorizando a segurança dos moradores e a integridade do imóvel. Manter uma rotina de inspeções periódicas e agir rapidamente diante dos sinais é a forma mais eficaz de evitar acidentes e preservar vidas.
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