O recente surto de sarampo na Bolívia — com 229 casos confirmados em 2025 — acendeu o sinal de alerta nas regiões fronteiriças do Brasil. O Ministério da Saúde já contabiliza 22 casos importados, em sua maioria no Tocantins, reforçando a urgência da vacinação e da vigilância epidemiológica para evitar a reintrodução da doença no país.
Por que o surto boliviano preocupa o Brasil
Com o vírus circulando intensamente na Bolívia, há risco real de transmissão aos brasileiros não imunizados — o sarampo é altamente contagioso, podendo infectar até 90 % das pessoas suscetíveis em contato próximo.
Casos confirmados aqui e quadro epidemiológico
Até o momento, o Brasil registrou 22 casos importados — a esmagadora maioria em Tocantins —, mesmo após obter em novembro de 2024 o certificado de eliminação da doença. O movimento antivacina e a queda da cobertura vacinal desde 2015-2016 fragilizam a proteção coletiva.
Sintomas do sarampo: como identificar
Os principais sinais da doença incluem:
- manchas no corpo;
- febre alta;
- mal-estar;
- tosse;
- conjuntivite;
- falta de apetite.
A infecção pode evoluir para pneumonia, encefalite, desidratação e comprometer a imunidade contra outras doenças.
Vacinação: quem precisa e como proceder
A imunização com vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) está disponível gratuitamente pela rede pública para pessoas entre 6 meses e 59 anos. O esquema padrão:
- crianças: doses aos 12 e aos 15 meses
- adultos não vacinados até 29 anos: duas doses com intervalo de um mês
- adultos entre 30 e 59 anos: uma dose
Se o histórico vacinal for incerto, o sistema de saúde recomenda vacinação completa conforme a faixa etária.
Importância da vigilância e da cobertura vacinal
Eliminar uma doença é conquista significativa — mas sem manutenção da vacinação, o vírus pode voltar a circular, gerando casos autóctones. O Programa Nacional de Imunizações (PNI), desde 1973, havia feito do Brasil um exemplo global, eliminando doenças como pólio, sarampo, rubéola, tétano neonatal. Contudo, a queda da cobertura vacinal desde meados da década passada coloca esse legado em risco.