A constipação fecal é um problema que afeta tanto crianças quanto adultos, mas que ainda é visto com certo tabu. Para trazer luz a essa questão, a coloproctologista Dra. Glicia Abreu compartilha insights valiosos, desmistificando o tema e promovendo hábitos saudáveis de maneira acessível e prática.

Escola Bahiana de Medicina e Saude Pública
Saúde intestinal da família
A saúde intestinal é fundamental para o bem-estar de toda a família. No entanto, a constipação pode se tornar um desafio silencioso que afeta tanto crianças quanto adultos. Segundo a Dra. Glicia Abreu, as causas da constipação variam de acordo com a idade: “Em crianças, geralmente surge após um episódio de defecação dolorosa, levando ao medo de ir ao banheiro e às manobras de contenção. Isso criando um círculo vicioso que pode levar a problemas mais sérios, como hipossensibilidade do reto e perdas fecais. Já em adultos, a constipação é multifatorial, envolvendo fatores hereditários, dieta, sedentarismo e uso de determinados medicamentos”, explica.
Dicas para melhorar a saúde intestinal
Promover uma boa saúde intestinal requer mudanças simples, mas eficazes. Dra. Glicia recomenda: “Uma dieta rica em fibras, principalmente fibras solúveis como o psyllium, é essencial para estimular o peristaltismo intestinal. Além disso, a hidratação adequada e a prática regular de atividade física são fundamentais para prevenir e tratar a constipação”, ensina. Ela ressalta que, para adultos, a ingestão adequada de líquidos é cerca de 30 ml por quilo de peso corporal ao dia, enquanto para as crianças, a quantidade de fibras deve ser adequada à faixa etária.
Prevenção e tratamento
Tanto para crianças quanto para adultos, a prevenção e o tratamento da constipação envolvem uma combinação de medidas práticas. “Em crianças, o uso de laxantes pode ser necessário para desimpactar as fezes, mas é crucial educar os pequenos para evitar manobras de retenção. Nos adultos, a posição ao evacuar também é importante – um apoio para os pés pode ajudar a manter uma postura mais adequada”, sugere. A médica ainda enfatiza a importância de reconhecer os sinais de alarme, como sangramento ou dor abdominal, que podem indicar a necessidade de uma investigação médica mais aprofundada.
Saiba quando procurar ajuda médica
Alguns sinais são motivos de alerta! Em crianças sangramento, baixo peso, distensão abdominal e falta de desenvolvimento adequado podem sugerir problemas mais graves, como fibrose cística ou megacolon congênito. Em adultos, dores abdominais persistentes, perda de peso inexplicável, sangue nas fezes, e uma mudança repentina no ritmo intestinal devem ser investigados.
“Esses sinais podem indicar a presença de uma doença orgânica, e é crucial realizar uma investigação mais aprofundada, especialmente em adultos com mais de 45 anos ou com histórico familiar de câncer intestinal”, acrescenta a doutora.
Desmistificar a constipação é o primeiro passo para um cuidado mais consciente e eficaz da saúde intestinal. Ao adotar hábitos saudáveis e prestar atenção aos sinais do corpo, é possível prevenir e tratar a constipação de maneira eficaz, promovendo o bem-estar de toda a família.