Março é um mês de reflexão, celebração e luta. O Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8, simboliza a trajetória de coragem e resiliência de tantas que abriram caminhos, desafiaram barreiras e transformaram suas realidades. Mais do que flores e homenagens, o mês é um lembrete de que a equidade ainda é uma meta a ser conquistada e de que cada história de superação fortalece essa caminhada.
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Neste especial, o Portal A Teia traz histórias de duas mulheres que conquistaram seu lugar ao sol por mérito, força e dedicação. Líderes, mães, profissionais e donas de si, elas compartilham suas trajetórias, desafios e conquistas.
Determinação e liderança no serviço público
Nilza Rios é diretora operacional do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), na Secretaria de Administração do Estado. Sua trajetória é marcada por desafios e conquistas que só foram possíveis porque ela nunca duvidou da sua capacidade. Para Nilza, a mulher não precisa provar nada para ninguém, apenas fazer com que o seu valor seja reconhecido.

“Não se trata de provar o valor, mas sim de fazer com que ele seja visto e reconhecido. O valor sempre existiu, e é demonstrado nos resultados que entregamos com dedicação e competência. Digo a todas as mulheres que se desafiam: não recuem. Façam acontecer, não para serem aceitas, mas para se sentirem realizadas e orgulhosas de suas conquistas”, enfatiza.
Quando perguntada sobre o significado do Mês da Mulher, Nilza reforça que é um período de reconhecimento e, ao mesmo tempo, um chamado para a continuidade da luta por equidade.
“A data é um marco histórico e um lembrete dos desafios que ainda enfrentamos. Nos orgulhamos do que conquistamos, mas sabemos que há muito a ser feito. As mulheres precisam ser mais respeitadas, ouvidas e enxergadas como profissionais de alta performance. Ainda enfrentamos desigualdade salarial, mesmo ocupando as mesmas funções que os homens, sem justificativa plausível. Nossa luta é por reconhecimento, respeito e valorização”, afirma.
Além da carreira, Nilza também equilibra a vida pessoal, dividindo-se entre o trabalho, a família e o autocuidado. Como tantas mulheres, ela precisa administrar bem o tempo e as prioridades.

“Ser líder, mãe, esposa e mulher exige gestão eficiente do tempo. Eu preciso equilibrar minha rotina com organização, priorizando o que é essencial e inadiável. Entender o grau de relevância e agir com sabedoria faz toda a diferença. E acima de tudo: estar presente de forma genuína, seja no trabalho ou com a família”, pontua.
Visão estratégica, representatividade e propósito na contabilidade
Erica Damasceno trilhou seu caminho na contabilidade e gestão de projetos, alcançando uma posição estratégica como product manager na Agilize Contabilidade Online. Para ela, a presença feminina nessas áreas de atuação precisa ser incentivada. Além disso, líder de equipes reforça que a representatividade importa e abre caminhos para outras mulheres.

“Quando mulheres veem outras mulheres nesses espaços, elas se sentem encorajadas. Precisamos investir em mentoria, criar ambientes de apoio e promover capacitação. As empresas também precisam valorizar trajetórias diversas e reconhecer o valor que as mulheres trazem com sua visão estratégica, organização e capacidade de lidar com múltiplas demandas”, ressalta.
Liderar projetos também exige habilidades específicas, especialmente em um setor dinâmico como a contabilidade. Erica destaca que tomar decisões sob pressão é parte do trabalho, mas que a forma de reagir a isso faz toda a diferença.
“Pressão e liderança andam juntas. O que muda é como encaramos isso. Sempre busco clareza nos dados, escuto minha equipe e foco nos objetivos do negócio. Decisões devem ser tomadas com base em impacto e urgência. Nem sempre serão perfeitas, mas são oportunidades de aprendizado”, esclarece.
A product manager também precisa equilibrar o tempo entre carreira e vida pessoal. Para ela, o segredo está no planejamento e na flexibilidade.

“Estabelecer horários definidos para cada compromisso garante qualidade nos momentos dedicados ao trabalho e à família. Ser profissional, mãe, esposa e, sobretudo, mulher, exige dedicação diária. Não se pode romantizar essa rotina. Planejamento e organização são fundamentais, assim como saber dizer não e aceitar que nem sempre tudo sairá como planejado”, salienta.
Apesar dos avanços, Erica reforça que ainda existem desafios no mercado de trabalho para que mais mulheres ocupem cargos de liderança.
“Precisamos de mais equidade nas oportunidades, programas de liderança feminina e uma cultura organizacional que reconheça competências, independentemente do gênero. Ambientes que apoiem a maternidade e ofereçam flexibilidade fazem toda a diferença. A mudança precisa ser estrutural”, finaliza.
Histórias como as de Nilza e Erica mostram que as mulheres estão conquistando espaços, superando desafios e abrindo caminho para outras. Que este Mês da Mulher seja, acima de tudo, um lembrete de que ainda há muito a ser feito, e que cada conquista nos leva mais perto da igualdade que todas merecem.