Pesquisadores da Universidade de Monash, na Austrália, desenvolveram um protótipo de olho biônico que pode devolver 100% da visão a pessoas cegas. Chamado de Gennaris, o dispositivo é um forte candidato a se tornar o primeiro olho totalmente biônico do mundo.

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Como funciona o olho biônico?

O Gennaris consiste em uma microcâmera acoplada a um par de óculos, que captura imagens e as transmite para um processador externo. Esse processador converte os dados visuais em sinais elétricos e os envia para pequenos implantes eletrônicos fixados diretamente na superfície do cérebro.

Em vez de depender da retina e dos nervos ópticos, o dispositivo estimula diretamente o córtex visual, permitindo que os usuários identifiquem padrões de luz e formas. Dessa forma, ele atua como uma prótese neural, substituindo o caminho natural da visão.

Componentes principais do Gennaris

O sistema do olho biônico é composto por três elementos fundamentais:

  • Microcâmera nos óculos: capta imagens do ambiente em tempo real;
  • Processador externo: transforma as imagens em sinais elétricos;
  • Implantes cerebrais: estimulam diretamente o córtex visual para gerar percepção visual.

Os implantes atuam como nervos ópticos artificiais, processando as informações visuais e transmitindo ao usuário de forma otimizada.

Próximos passos e desafios do projeto

Apesar do avanço, o projeto ainda enfrenta desafios, principalmente relacionados ao financiamento para a próxima fase de desenvolvimento. O estudo, que já dura cerca de 10 anos, recebeu até o momento um investimento de pouco mais de US$ 1 milhão do governo australiano.

A expectativa dos pesquisadores é conseguir mais apoio para tornar a tecnologia acessível a pacientes ao redor do mundo. Se bem-sucedido, o Gennaris pode revolucionar a forma como tratamos a cegueira e trazer esperança para milhões de pessoas.