Será que os celulares estão realmente com os dias contados? Segundo o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, a próxima geração de dispositivos digitais não será guardada no bolso, mas usada diretamente no rosto.A declaração não é apenas uma provocação futurista. Para Zuckerberg, a atual hegemonia dos smartphones caminha para a estagnação tecnológica.
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O modelo de interação baseado em telas e toques, que revolucionou a comunicação e o consumo digital nas últimas décadas, estaria próximo de ser superado por soluções mais integradas, intuitivas e imersivas — como a realidade aumentada (AR) e a computação espacial. O pronunciamento foi feito durante a conferência Meta Connect 2024.
Óculos inteligentes: o substituto do smartphone?

O principal protagonista dessa transição é o Meta Quest 3S, novo headset de realidade mista (AR + VR) apresentado no evento. Capaz de realizar chamadas, projetar telas virtuais, acessar redes sociais e interpretar comandos por gestos e voz, o dispositivo propõe uma nova forma de interação com o mundo digital — mais fluida, menos dependente de interfaces físicas.
O aparelho também conta com assistentes de inteligência artificial personalizados, tradução simultânea e navegação pela web integrada ao ambiente físico do usuário.
Projeto Orion: a aposta da Meta
Zuckerberg também revelou detalhes do Projeto Orion, um par de óculos de realidade aumentada totalmente autônomo, que promete dispensar o uso de smartphones. O dispositivo utilizará IA embarcada, conectividade 5G e 6G, e um sistema de chips dedicados, tornando-se uma central digital portátil e integrada ao campo de visão do usuário.
Internamente, a Meta vê o Orion como um salto de inovação comparável ao lançamento do primeiro iPhone em 2007. A expectativa é que, até 2030, esses óculos estejam amplamente presentes na vida cotidiana, substituindo gradualmente os celulares para tarefas como comunicação, navegação, consumo de conteúdo e trabalho remoto.
Transição gradual e desafios à frente
Apesar do entusiasmo, Zuckerberg reconhece que a transição para os óculos inteligentes será gradual. Obstáculos como o custo elevado, barreiras culturais, infraestrutura tecnológica e questões de privacidade ainda precisam ser superados para uma adoção em larga escala.
Mesmo assim, o CEO da Meta está convicto: a era dos celulares está chegando ao fim. E no horizonte tecnológico, uma nova geração de dispositivos — mais leves, invisíveis e sensoriais — começa a ganhar forma.