O Janeiro Roxo, campanha de conscientização sobre a hanseníase, ganha relevância diante de números preocupantes no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, o país ocupa o segundo lugar no mundo em número de novos casos da doença, registrando uma taxa de 10,68 casos por 10 mil habitantes. Embora os índices tenham diminuído ao longo dos anos, as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste continuam apresentando alta ou muito alta endemicidade. Em 2023, quase metade dos municípios brasileiros notificaram ao menos um caso, reforçando a necessidade de mobilização e conscientização.

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O que é a hanseníase?

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae. Sem diagnóstico e tratamento precoces, pode levar a deficiências físicas permanentes e à exclusão social.

Os principais sintomas incluem:

  • Manchas na pele (brancas, avermelhadas ou marrons) com alterações na sensibilidade ao calor, frio ou dor.
  • Espessamento dos nervos periféricos, causando alterações motoras e redução da força muscular.
  • Áreas com redução de pelos e suor.
  • Formigamento, fisgadas e nódulos dolorosos em casos avançados.

A transmissão ocorre pelas vias aéreas superiores, como tosse e espirros, após contato prolongado com pacientes não tratados. Importante destacar que objetos pessoais não transmitem a doença.

Diagnóstico e tratamento gratuito pelo SUS

O diagnóstico da hanseníase é clínico, realizado por exames dermatológicos e neurológicos. O tratamento, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), utiliza poliquimioterapia com medicamentos como rifampicina, dapsona e clofazimina. Dependendo da gravidade, o tratamento pode durar de seis a doze meses, mas interrompe a transmissão nos primeiros dias de uso, destacando a eficácia e a importância da adesão.

O desafio do abandono do tratamento

Entre 2014 e 2023, o Brasil registrou 247,1 mil novos casos de hanseníase, mas 6,6% desses tratamentos foram encerrados por abandono, um aumento de 78,7% no período. Esse problema agrava o cenário, aumentando o risco de complicações, resistência antimicrobiana e perpetuação da transmissão.

Para enfrentar esse desafio, o Janeiro Roxo busca conscientizar a população sobre a importância de concluir o tratamento, desmistificar a doença e combater o estigma social associado à hanseníase.

A hanseníase é tratável e o preconceito precisa ser combatido

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem evitar complicações e interromper a transmissão da hanseníase. É crucial que todos estejam atentos aos sintomas e busquem ajuda médica ao menor sinal da doença. O Janeiro Roxo lembra que a hanseníase tem cura e que o preconceito ainda é um dos maiores inimigos no combate à doença.

Se você ou alguém que conhece apresentar sintomas, procure a unidade de saúde mais próxima. Juntos, podemos combater a hanseníase e promover uma sociedade mais informada e inclusiva.

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Com dados do Ministério da Saúde