A declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) 2025, referente ao ano-calendário 2024, deve ser entregue até 30 de maio. A Receita Federal espera receber 46,2 milhões de declarações dentro do prazo. No entanto, muitos contribuintes enfrentam problemas devido a erros no preenchimento, o que pode resultar na temida retenção na malha fina e atrasar a restituição do imposto.
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O que é a malha fina e como evitar?
Após o envio da declaração, a Receita Federal cruza as informações prestadas pelo contribuinte com dados de empresas, instituições financeiras, planos de saúde e outros órgãos. Se houver divergências, a declaração fica retida para uma análise mais detalhada, impedindo a restituição do imposto enquanto a situação não for regularizada.
De acordo com Edval Landulfo, economista e vice-presidente do Corecon-BA, a omissão de rendimentos é um dos principais motivos que levam à malha fina. “As pessoas, às vezes, cometem o erro de declarar apenas a maior fonte pagadora e omitir a menor. Atualmente, a Receita utiliza inteligência artificial para cruzar todos os dados, tornando esse tipo de erro facilmente detectável”, explica Landulfo.
Principais motivos para cair na malha fina
Erros no preenchimento e omissão de informações são os principais fatores que levam os contribuintes à malha fina. Entre os principais motivos de retenção, destacam-se:
- Omissão de rendimentos: deixar de declarar qualquer tipo de rendimento, como trabalhos temporários, freelancers, consultorias ou palestras remuneradas.
- Rendimentos de dependentes: ao incluir um dependente, todos os rendimentos dele também devem ser informados. Isso inclui estágios remunerados e aluguéis recebidos.
- Despesas médicas não confirmadas: valores que não foram registrados por clínicas, hospitais ou profissionais da saúde podem ser questionados pela Receita.
- Despesas não dedutíveis: gastos com massagistas, nutricionistas, enfermeiros particulares, óculos de grau, cadeiras de rodas, medicamentos, vacinas e testes de farmácia não podem ser deduzidos.
Landulfo reforça que muitos contribuintes caem na malha ao tentar deduzir despesas médicas que não têm previsão legal. “A Receita analisa detalhadamente esses gastos porque não possuem um teto de dedução. Muitas pessoas lançaram testes de Covid-19, por exemplo, em 2022 e 2023, sem saber que esses valores não eram dedutíveis”, alerta.
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Como saber se sua declaração caiu na malha fina?
Para verificar se a declaração está retida, o contribuinte deve acessar o e-CAC (Centro Virtual de Atendimento da Receita Federal) ou o aplicativo da Receita Federal, utilizando a conta gov.br nível prata ou ouro. Se houver inconsistências, é possível corrigir a declaração por meio de uma retificação, desde que ainda não tenha sido emitida uma intimação ou notificação.
A importância de declarar corretamente
Evitar a malha fina exige atenção ao preenchimento da declaração e a correta inclusão de todos os rendimentos. “Se uma empresa declarar que pagou um determinado valor a um prestador de serviço e ele não informar esse recebimento, há grande risco de cair na malha fina. O cruzamento de dados da Receita é extremamente preciso”, ressalta Landulfo.
Além disso, rendimentos como ganhos em ações trabalhistas e revisões de aposentadoria devem ser informados corretamente. “Esses valores exigem um informe de rendimentos para que o próprio contribuinte calcule e informe à Receita o imposto devido”, finaliza o economista.
Com atenção e organização, é possível evitar problemas com a Receita Federal e garantir a restituição do imposto sem contratempos.
